sábado, 30 de julho de 2011

Uma nova educação?

Hoje fui com dois velhos amigos visitar o meu grande professor dos tempos de colégio. Como sempre, foi bom rever o mestre, amigo, diretor de teatro, conselheiro de grêmio estudantil, enfim, o homem que nos ensinou mais do que conteúdos escolares, nos ensinou ética, amizade, companheirismo, nos ensinou a sermos homens.
No meio de uma conversa animada. um papo sobre a educação atual me fez perceber que as coisas já não são como antes. Faz cinco anos que saí do ensino médio e hoje já não há espaço para as coisas que vivemos. A burocratização da educação não abre mais brechas pro que mais importa na escola: a novidade, a troca. Os conteúdos estão engessados de tal forma que o que experimentamos não pode ser vivido pelos estudantes de hoje.
O mestre é o mesmo e tem os mesmos ideais, a mesma disposição, mas o sistema não permite mais os velhos movimentos. Na nossa época, a gente saia da sala pra ensaiar teatro, pra participar do grêmio, pra matar aula na biblioteca e isso foi o que mais me enriqueceu em todos esses anos. Me lembro de poucas coisas que aprendi nas salas de aula, mas me lembro de todos os conhecimentos que adquiri nos outros momentos que estava na escola.
Gostaria de saber quem se lembra de orações subordinadas, cossenos e afluentes do Amazonas?
Ninguém, a não ser os especialistas, se lembra disto. O que mais importa na escola são as experiências vividas, isso é cultura, isso é o que se leva. É preciso que reflitam que do modo que as coisas vão, os novos alunos não terão nada que realmente fique marcado pra vida. A escola não pode ser formada apenas por conteúdos programáticos, tem que ser modificadora de vidas, como foi pra mim.
A educação precisa se humanizar, precisa de menos técnicas e mais criação de pensamentos. A escola tem que ser espaço pra pensar e não pra memorizar, pra raciocinar e não pra decorar, pra viver e não pra sobreviver. Espero que os alunos que virão possam experimentar tantas novidades quanto eu.
Precisamos de escolas de vida!

André Salles

2 comentários:

  1. Você tem toda razão André. Quantos conteúdos estudados e que talvez você só se lembre que "já estudei isso um dia" porque como jornalista você provavelmente não os utilizará. É tão enfadonho pro aluno quanto pra nós professores.
    O problema é que a escola que nós gostaríamos de ter forma seres pensantes, atuantes, capazes de se expressarem e lutarem por seus ideais e infelizmente penso que esse não é o interesse de nossos governantes e dos poderosos de nosso País.
    Saudades daqueles tempos em que a escola era também um lugar de se fazer amigos e trocar experiências.

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  2. Realmente dá uma saudade desse tempo...

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