domingo, 24 de julho de 2011

Desfecho de uma morte anunciada

Ontem o mundo perdeu o melhor timbre feminino desde Janis Joplin. Irônicamente, com a mesma idade e da mesma forma que aquela americana de gritos rasgados e tons marcantes. Outra vez, a arte perde um ícone prematuramente. A moça inglesa deixa apenas uma pequena amostra do que poderia ser uma obra genial. Justo ela, que mudou os rumos da música do novo século com arranjos retrôs e uma melancolia típica dos grandes sucessos do Blues e do Soul.
A morte de Amy estava anunciada, seu sucesso foi tão fulminante quanto seus vícios. Aquele turbilhão criativo sucumbiu à incapacidade de compartilhar o mundo com sentimentos tão conturbados. Uma pena não termos mais discos com aquela voz, não termos mais aquelas composições hipersinceras... Aqui fica um triste desabafo por, mais uma vez, os excessos terem privado a arte de seus talentos.
Aquela forma de cantar, que me lembrava Janis, foi ouvida pela última vez. Amy Winehouse cumpriu o que o todos esperavam. Ela se foi, ficaram suas canções, sua obra. Sua arte será imortal.

André Salles

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