sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Vamos cuidar dos Lençóis


Ultimamente tem se falado muito sobre preservação ambiental, consciência ecológica e afins. Nosso país ainda tem muitas áreas a serem protegidas, como a floresta amazônica, o resquício ainda existente da imensa mata atlântica e o aquífero Guarani. Infelizmente, a realidade das riquezas naturais brasileiras é preocupante.
É fácil para os homens que comandam a nação pregar a defesa do ecossistema nacional, o difícil é tirar as suas mansões do parque nacional dos lençóis maranhenses – uma área de preservação permanente. Muitos imóveis irregulares foram denunciados entre 2005 e 2006 e até hoje os processos se arrastam na justiça.
Várias figuras públicas – suplentes de senador, empresários, juízes e desembargadores – estão entre os proprietários das construções. As mansões e pousadas irregulares causaram vários prejuízos ao meio ambiente. O pior deles foi o recuo da margem do rio Preguiça e a devastação de sua mata ciliar.
Eu gostaria de entender o que pensa uma pessoa que ataca o meio ambiente desta maneira. Já passou da hora do ser humano compreender que precisa utilizar os recursos naturais conscientemente. A natureza não vai estar sempre aí se não cuidarmos dela. Não podemos sobreviver sozinhos. A vida na Terra é uma cadeia, se ruir uma de suas partes, toda a biosfera do planeta sucumbirá.
É difícil fazer as pessoas entenderem que não basta falar de consciência ecológica, tem que agir. Não há dinheiro neste mundo que faça uma espécie extinta ressurgir. Assim, quando não houver mais plantas e animais para nos alimentar, qualquer riqueza será vã. Quando o gás carbônico não for mais filtrado pelas florestas, os mais abastados e os mais miseráveis morrerão juntos.
Se não nos preocuparmos agora com o futuro da vida na Terra, podemos parar de planejar as próximas gerações, porque elas não chegarão.

André Salles

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Alívio ou crueldade?


Estava lendo o jornal hoje cedo e vi uma matéria sobre um tema polêmico. Confesso que eu mesmo não tenho uma opinião formada sobre o assunto, mas acredito que seja uma discussão válida. Até que ponto é correto manter uma pessoa viva em estado vegetativo? É digno deixar que um ser humano continue a viver em sofrimento? São questões que não sei responder, mas o debate continua.
Há dois anos, a professora argentina Selva Herbón deu a luz a Camila, sua segunda filha. Problemas durante o parto fizeram com que a criança ficasse sem oxigenação no cérebro, provocando danos irreversíveis. Desde então, a menina é mantida viva artificialmente em um hospital e não tem nenhuma expectativa de sobreviver sem a ajuda dos aparelhos.
Selva tenta conseguir uma permissão para que sua filha pare de receber auxílios artificiais. A mãe acredita que sua filha mereça uma “morte digna”. Os médicos não querem realizar o procedimento por medo de serem acusados de homicídio. Desta forma, o apelo da família é que o congresso argentino debata o tema.
Eu acho este tema extremamente complicado. De um lado estão as causas religiosas e a seguinte questão: Até onde vai o direito do ser humano sobre a vida de alguém incapacitado? Do outro lado estão as causas humanistas e a defesa de que se pare com o sofrimento em casos irreversíveis.
Não conheço a resposta para estas questões e tampouco tenho um lado a defender. A única coisa que passa pela minha cabeça em casos como este é a sábia frase de Clarice Lispector: O que importa afinal, viver ou saber que se está vivendo?

André Salles

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Culturas diferentes, homens iguais


Fiquei triste ontem quando li a declaração de Maureen Chao, vice-cônsul americana no estado indiano de Tamil Nadu. Pra quem não sabe do ocorrido, a diplomata ficou 72 horas em um trem entre Nova Déli e Orissa. Já no seu destino, Chao disse a uma sala de aula cheia de criança que a falta de banho tinha deixado sua pele “suja e escura” como a dos indianos.
Pelo amor de Deus, essa senhora tem que ser processada. É inadmissível que alguém faça um comentário destes nos dias de hoje. Onde fica o respeito pelas diferenças? Cadê o senso de humanidade? Esqueceram o ideal de igualdade, liberdade e fraternidade?
Eu fico indignado de pensar que uma pessoa pode sair do seu país e ir conviver em outra cultura se considerando superior. É deprimente vermos como os seres humanos são racistas e preconceituosos, apesar de todas as campanhas em prol da igualdade racial.
Os indianos têm uma enorme diferença cultural e social em relação ao ocidente, mas isso não significa atraso ou inferioridade. Até quando o “1º mundo” vai achar que a cor da pele define uma superioridade racial? Volto a dizer aqui, quem acredita que existe a raça ariana, a negra, a indígena... está enganado. Só existe a raça humana, o homo sapiens.
Já passou da hora de deixarmos apenas de falar em igualdade, é momento de sentirmos isto. Não pode existir mais aquela sensação de perfeição de quem vive acima da linha do equador. Hoje, o mundo mudou. Quem era colônia, agora empresta dinheiro. Quem vivia na dependência do velho mundo passou a construir o futuro do planeta.
Mais do que nunca, somos todos iguais.

André Salles

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Você pode ser um criminoso

Será que este rapazinho será considerado um infrator?

Caros leitores, às vezes vejo algumas notícias que parecem saídas de um filme hollywoodiano. Eu fico tão impressionado com alguns fatos que acontecem no Brasil que não posso deixar de compartilhar com vocês.
Na semana passada, um rapaz de 18 anos foi preso em Apucarana, interior do Paraná, por ter beijado uma menina de 12. O “incidente” aconteceu em uma praça da cidade. Uma mulher que passava pelo local viu a cena e chamou a polícia. O jovem foi preso em flagrante, acusado de “estupro de vulnerável”.
Eu descobri que não sei distinguir o que é um crime ou não. A nova lei do estupro é uma coisa surreal. Compreendo que uma menina de 12 anos não é capaz de avaliar se deve ou não manter uma relação sexual. Agora, um beijo é um passo muito anterior a isto. Não dá pra pensar que uma moça entrando na adolescência não possa decidir quem deve paquerar.
Eu fico imaginando se saírem por aí prendendo todos os caras que beijam meninas de 12, 13, 14 anos... Daqui a pouco nossas ruas estarão sem jovens. E o pior, os rapazes passarão a pedir para ver os documentos de identidade das moças. A nova lei passa do limite de proteger à população e chega a ser moralista.
Felizmente, o Juiz de Apucarana foi sensato e mandou soltar o rapaz. Na opinião do magistrado não houve qualquer dano físico ou moral à moça. Pelo menos alguém teve bom senso neste caso.
A legislação vigente sobre o estupro já começa a ser criticada pelos juristas. Obviamente uma lei não pode abrir brechas para situações como esta. Se o juiz não fosse prudente, o rapaz poderia ser condenado a 8 anos de prisão. Tudo por causa de um beijo.
É hora de nos preocuparmos menos com os romances da juventude e olharmos com mais atenção as decisões dos senhores que comandam a nação.

André Salles

O imbatível Novak


Sei que este tema não agrada muito à maioria dos leitores e que poucos acompanham este esporte, mas as incríveis marcas de Novak Djokovic em 2011 merecem ser comentadas. Neste domingo, o sérvio chegou ao nono título em dez competições e a 53 vitórias e apenas uma derrota na temporada.
O Masters 1000 do Canadá, disputado em Montreal, foi o sexto torneio deste porte no ano, o quinto vencido por Djokovic. O único que teve outro campeão foi o de Monte Carlo, e por um simples motivo: O sérvio não participou da disputa. Nenhum tenista havia vencido mais de 4 masters 1000 em apenas uma temporada. As 5 conquistas de Novak fazem parte de um ano brilhante, cheio de recordes, digno dos gênios do esporte.
Em uma era dominada por dois mestres como Roger Federer – considerado pela crítica o melhor tenista de todos os tempos e dono de 16 títulos de Grand Slam – e Rafael Nadal – hexacampeão de Roland Garros e 10 conquistas de Grand Slam – os números do sérvio se tornam ainda mais impressionantes. A única derrota da temporada veio na semifinal de Roland Garros, contra um Federer inspiradíssimo. O retrospecto contra Nadal é espetacular: 5 vitórias e nenhum revés, todas em finais. São as marcas impressionantes do novo número 1 do mundo.
Em Montreal, Novak foi impecável, um título merecidíssimo. Os outros concorrentes foram caindo pelo caminho e o sérvio fez a final contra o atual sétimo do ranking, Mardy Fish. Apesar de não ter conseguido liquidar em dois sets, devido à pressão de jogar como número 1 pela primeira vez, o título não poderia ter ido pra outras mãos.
Agora chegamos ao Masters 1000 de Cincinnati, a última preparação para o Us Open. Alguém tem coragem de apostar em outro campeão?

André Salles