Há exatos 50 anos era erguido o maior monumento separatista do mundo, um símbolo da intolerância e da falta de liberdade. Não era apenas um muro cortando a capital alemã, era um marco da divisão mundial.
A guerra fria já havia repartido a Coréia em duas, agora, o povo alemão também estava separado. O mundo vivia um momento de grande tensão. As duas superpotências da época – Estados Unidos e União Soviética – se armavam até os dentes para uma “guerra ideológica”. De um lado, o capitalismo americano e a Otan, de outro, o comunismo Soviético e o pacto de Varsóvia.
Os anos passaram e a guerra continuou fria. A batalha atômica que o mundo temia não aconteceu. Até que em 1990, com o bloco comunista enfraquecido, o muro de Berlim finalmente caiu. A monstruosa barreira de concreto encravada no centro da Europa virava apenas mais uma página dos livros de história. Quase 30 anos depois, a Alemanha estava unificada de novo.
O lado triste deste fato é que não foi a intolerância que acabou, foi um dos regimes que ruiu. O mundo está “quase todo unido” porque o capitalismo é o único sistema econômico vigente. As nações dominantes continuam não respeitando a pluralidade de ideais. Quem ousa ser contrário ao modelo é duramente embargado.
A Coréia ainda está divida e Cuba sofre com as restrições financeiras. É hora de cairem as últimas barreiras que dividem o mundo e de passarmos construir pontes ao invés de muros.
André Salles