sábado, 13 de agosto de 2011

Celebração às pontes no aniversário do Muro


Há exatos 50 anos era erguido o maior monumento separatista do mundo, um símbolo da intolerância e da falta de liberdade. Não era apenas um muro cortando a capital alemã, era um marco da divisão mundial.
A guerra fria já havia repartido a Coréia em duas, agora, o povo alemão também estava separado. O mundo vivia um momento de grande tensão. As duas superpotências da época – Estados Unidos e União Soviética – se armavam até os dentes para uma “guerra ideológica”. De um lado, o capitalismo americano e a Otan, de outro, o comunismo Soviético e o pacto de Varsóvia.
Os anos passaram e a guerra continuou fria. A batalha atômica que o mundo temia não aconteceu. Até que em 1990, com o bloco comunista enfraquecido, o muro de Berlim finalmente caiu. A monstruosa barreira de concreto encravada no centro da Europa virava apenas mais uma página dos livros de história. Quase 30 anos depois, a Alemanha estava unificada de novo.
O lado triste deste fato é que não foi a intolerância que acabou, foi um dos regimes que ruiu. O mundo está “quase todo unido” porque o capitalismo é o único sistema econômico vigente. As nações dominantes continuam não respeitando a pluralidade de ideais. Quem ousa ser contrário ao modelo é duramente embargado.
A Coréia ainda está divida e Cuba sofre com as restrições financeiras. É hora de cairem as últimas barreiras que dividem o mundo e de passarmos construir pontes ao invés de muros.

André Salles

Um comentário:

  1. Aqui existe um muro separando dois grupos políticos. No passado, de um lado do muro estava Seu Apriginho com seu grupo. Do outro lado, estava Esperidião Cali com seu grupo. Depois de muitas brigas, surgiu José Carlos para suceder Calil. Depois surgiu Odir Ribeiro para preencher o outro lado do muro. Mas qualquer lado do muro que assumisse o governo, nunca mudou muita coisa, e os artistas sempre renegados e marginalizados! Os artistas jamais tiveram verbas para fazer alguma coisa em Carmo, só olhando o muro lá em cima, quase encostando nos céus. Muitos ficam em cima do muro, esperando qual bocada será melhor. Além de estar sempre por cima do muro, estes também estão por cima de excelentes carrões e casas na praia. É uma classe social que sempre se beneficia do superfaturamento, das notas fiscais frias, do acordo debaixo dos panos, do famoso jeitinho carmense de trabalhar...

    Enquanto isso, os artistas carmenses só ficam sonhando com dias melhores, nem sabendo mais qual lado do muro que pulam. Pois qualquer lado é um grande lamaçal, um pântano fedorendo de corrupção, onde crocodilos podem morder a qualquer momento.

    Em qualquer lado do muro, somente os artistas de fora ganham dinheiro em Carmo, sendo aplaudidos por todas autoridades, que sempre visitam seus camarins.

    Você, artista de Carmo, já teve uma autoridade carmense visitando seu camarim? Você, artista plástico e artesão, já teve alguma autoridade carmense visitando seu ateliê?

    Aos artistas de fora, as autoridades levam presentes ao seu camarim, flores, produtos da cooperativa, queijos, vinhos, etc., e também um belo cheque de cachê, passando dos 100 mil reais. Todo artista de fora é tratado como um rei!

    Nem quero saber do muro da Alemanha, mas o muro de minha cidade! Temos que olhar os nossos próprios muros, para compreender melhor a realidade que nos sufoca. Um dia derrubaremos esse muro de Carmo, que separa os ricos dos pobres, os sonhadores dos gananciosos por notas fiscais frias, que nem o TCU pega!

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