Amigos leitores, não estranhem que nos próximos dias haverão poucos posts. Eu vou pra Recife amanhã participar de um congresso de comunicação, por isso estarei um pouco distante do blog. Tentarei trazer novidades direto de lá, se não for possível, depois do feriado tudo volta ao normal. Mas vamos ao tema...
Eu fico deprimido toda vez que vejo o quanto o Brasil é tolerante com a corrupção. Nesta terra, não há qualquer respeito com o cidadão de bem, a impunidade está entranhada em todos os níveis da sociedade. “São 300 picaretas com anel de doutor”, já faz mais de 15 anos que Herbert Vianna compôs está frase e até hoje o congresso nacional continua o mesmo.
Nesta terça-feira, a câmara decidiu não caçar o mandato da Deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF), flagrada em vídeo recebendo ao menos R$50 mil no escândalo conhecido como mensalão do DEM. Os deputados entenderam que ela não poderia perder o mandato porque isso aconteceu em 2006, antes dela se tornar deputada federal.
É grave o corporativismo nas casas legislativas do Brasil. Os homens eleitos para defender nossos interesses só agem em causa própria. Permitir que uma mulher filmada recebendo dinheiro das mãos de um secretário continue legislando este país é inadmissível. Infelizmente, o congresso nacional é uma casa manchada pela vergonha. Os escândalos se sucedem e nós, o povo, continuamos de braços cruzados assistindo nossa nação ser lesada publicamente.
A reforma política brasileira é urgente. É hora de acabar com o voto secreto. Aposto que os deputados que foram coniventes com os atos de Jaqueline pensariam duas vezes antes de absolvê-la. Além dos mais, isto é questão para o judiciário, este é o poder responsável por julgamentos.
Outro absurdo que acontece na esfera máxima do legislativo nacional é a votação dos próprios salários. Como assim? Como pode um cidadão decidir o quanto vai ganhar? É facilidade demais para se dar bem nas costas do povo. Por isso nossas casas políticas são tão desprestigiadas, porque nossos parlamentares concedem mais de 60% de aumento para eles mesmos.
Além do mais, ainda existe a temeridade da imunidade parlamentar. Exercer cargo público deveria ser agravante para qualquer crime e não deixar o criminoso impune. Não dá mais né, já passou da hora de exercemos nossa força e exigir uma nação descente.
Minha grande questão hoje em dia é a seguinte: Até quando continuaremos fazendo papel de palhaço no picadeiro nacional?
André Salles