sexta-feira, 2 de setembro de 2011

"O congresso continua a serviço de vocês"


Amigos leitores, não estranhem que nos próximos dias haverão poucos posts. Eu vou pra Recife amanhã participar de um congresso de comunicação, por isso estarei um pouco distante do blog. Tentarei trazer novidades direto de lá, se não for possível, depois do feriado tudo volta ao normal. Mas vamos ao tema...
Eu fico deprimido toda vez que vejo o quanto o Brasil é tolerante com a corrupção. Nesta terra, não há qualquer respeito com o cidadão de bem, a impunidade está entranhada em todos os níveis da sociedade. “São 300 picaretas com anel de doutor”, já faz mais de 15 anos que Herbert Vianna compôs está frase e até hoje o congresso nacional continua o mesmo.
Nesta terça-feira, a câmara decidiu não caçar o mandato da Deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF), flagrada em vídeo recebendo ao menos R$50 mil no escândalo conhecido como mensalão do DEM. Os deputados entenderam que ela não poderia perder o mandato porque isso aconteceu em 2006, antes dela se tornar deputada federal.
É grave o corporativismo nas casas legislativas do Brasil. Os homens eleitos para defender nossos interesses só agem em causa própria. Permitir que uma mulher filmada recebendo dinheiro das mãos de um secretário continue legislando este país é inadmissível. Infelizmente, o congresso nacional é uma casa manchada pela vergonha. Os escândalos se sucedem e nós, o povo, continuamos de braços cruzados assistindo nossa nação ser lesada publicamente.
A reforma política brasileira é urgente. É hora de acabar com o voto secreto. Aposto que os deputados que foram coniventes com os atos de Jaqueline pensariam duas vezes antes de absolvê-la. Além dos mais, isto é questão para o judiciário, este é o poder responsável por julgamentos.
Outro absurdo que acontece na esfera máxima do legislativo nacional é a votação dos próprios salários. Como assim? Como pode um cidadão decidir o quanto vai ganhar? É facilidade demais para se dar bem nas costas do povo. Por isso nossas casas políticas são tão desprestigiadas, porque nossos parlamentares concedem mais de 60% de aumento para eles mesmos.
Além do mais, ainda existe a temeridade da imunidade parlamentar. Exercer cargo público deveria ser agravante para qualquer crime e não deixar o criminoso impune. Não dá mais né, já passou da hora de exercemos nossa força e exigir uma nação descente.
Minha grande questão hoje em dia é a seguinte: Até quando continuaremos fazendo papel de palhaço no picadeiro nacional?

André Salles

4 comentários:

  1. André, em vez de temas nacionais, procure mirar-se mais na sua cidade! Todas as câmaras legislativas das cidades pequenas são micro-cosmos do congresso nacional. Aqui em Carmo, um amigo meu, que é funcionário da câmara, relatou que pode contar na ponta dos dedos quem trabalha lá regularmente.
    São umas 13 pessoas que sempre comparecem por lá. Já a folha de pagamento consta de uns 75 funcionários. Aonde estão esses funcionários? Existem muitos nomes que nem os próprios funcionários ouviram falar! Eu já li no jornal o organograma dos cargos, tendo 2 cargos para a mesma função, como "diretor" de almoxarifado, e "chefe" de almoxarifado. Quem trabalha realmente? Quem é chefe de quem?

    Meu amigo André Salles, entre na Câmara de Carmo e procure ver a folha de pagamento. Procure saber realmente o que aquelas pessoas fazem, e o quanto ganham. Então você saberá que o Congresso Nacional está aqui pertinho, bem próximo de nossas casas.

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  2. Forte isso ... Forte d+.

    Eu já parei de votar,
    não voto mais.
    Anulei o último, no próximo eu nem comparesso.

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  3. Glaucia, nós temos o poder de fazer esta revolução e colocar nosso país no rumo certo. Luciano, a proposta deste blog é discutir o cotidiano em todas as suas possibilidades. Não estou aqui para fazer jornalísmo local. Minhas análises são feitas com base nos temas mais importantes do momento. Vez ou outra farei posts locais, mas esse não é o foco. A idéia não é debater a cidade do Carmo. O propósito é fazer artigos jornalísticos de interesse social, em todas as esferas. Por isso trato temas internacionais, nacionais, estaduais e municipais com a mesma perspectiva de importância. Ale, não perca a esperança, democracia é poder do povo, nós temos a chance de mudar as coisas.

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