quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Alívio ou crueldade?


Estava lendo o jornal hoje cedo e vi uma matéria sobre um tema polêmico. Confesso que eu mesmo não tenho uma opinião formada sobre o assunto, mas acredito que seja uma discussão válida. Até que ponto é correto manter uma pessoa viva em estado vegetativo? É digno deixar que um ser humano continue a viver em sofrimento? São questões que não sei responder, mas o debate continua.
Há dois anos, a professora argentina Selva Herbón deu a luz a Camila, sua segunda filha. Problemas durante o parto fizeram com que a criança ficasse sem oxigenação no cérebro, provocando danos irreversíveis. Desde então, a menina é mantida viva artificialmente em um hospital e não tem nenhuma expectativa de sobreviver sem a ajuda dos aparelhos.
Selva tenta conseguir uma permissão para que sua filha pare de receber auxílios artificiais. A mãe acredita que sua filha mereça uma “morte digna”. Os médicos não querem realizar o procedimento por medo de serem acusados de homicídio. Desta forma, o apelo da família é que o congresso argentino debata o tema.
Eu acho este tema extremamente complicado. De um lado estão as causas religiosas e a seguinte questão: Até onde vai o direito do ser humano sobre a vida de alguém incapacitado? Do outro lado estão as causas humanistas e a defesa de que se pare com o sofrimento em casos irreversíveis.
Não conheço a resposta para estas questões e tampouco tenho um lado a defender. A única coisa que passa pela minha cabeça em casos como este é a sábia frase de Clarice Lispector: O que importa afinal, viver ou saber que se está vivendo?

André Salles

3 comentários:

  1. É uma questão polêmica mesmo. Eu sou contra qualquer forma de se retirar a vida de alguém. Penso que isso cabe apenas a Deus e que para Ele nada é irreversível. Só que esse é o meu entendimento, não julgo essa mãe que no seu desespero quer oferecer uma "morte digna" à sua filha. Ela realmente deve crer que dessa forma estará abreviando o sofrimento da criança.

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  2. Eu tenho uma opinião formada sobre o assunto, mas não posso falar, senão vão me chamar de monstro nazista. Muitas coisas que penso não posso dizer, para não abalar o status quo da nossa grande sociedade carmense. São poucos que sabem que penso, apenas pensam que somente pinto. Eu gostaria de ser parado na rua para responder várias perguntas filosóficas, mas ninguém faz isso. Eu queria ser questionado o tempo todo, mas ninguém me questiona, ninguém me critica. Ninguém me faz as perguntas essenciais, e só ficam perguntando preços de quadros. Onde está a essência básica de tudo?

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  3. Realmente um assunto difícil,
    Más para uma pessoa que tem a sua confiança em
    Deus, é mais fácil deixar o aparelho ligado.

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