quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Os rumos da nossa sociedade

Hoje resolvi atender ao desejo de um leitor. Ontem me pediram para fazer uma reflexão sobre a sociedade carmense. Obviamente, não estou aqui para criticar as pessoas, estou aqui para analisar os fatos de forma apartidária. Acredito que a condição social do nosso município é um pequeno exemplo da sociedade brasileira como um todo.
Há anos o Carmo passa por um grave problema de ordem econômico-social. A desindustrialização da cidade gerou uma dependência econômica da prefeitura, sendo assim, todo o giro financeiro municipal está ligado aos cofres públicos. Um município que vive exclusivamente deste tipo de renda gera cidadãos amordaçados.
O povo não se mobiliza em prol de movimentos democráticos porque temem por sua fonte de renda. Exercício da democracia não é apenas ir às urnas a cada eleição, é cobrar o melhor de nossos governantes, é participar da política diária. Afinal, eles são os nossos representantes. Já passou da hora dos cidadãos entenderem que a ditadura e a opressão caíram faz 25 anos. A liberdade de expressão é direito constitucional e ninguém pode ser punido por isto.
A sociedade brasileira vem passando por uma mudança profunda. O espaço para manipulações eleitorais não existe mais. O brasileiro entendeu que o político que se corrompe durante a corrida eleitoral vai lesar o povo depois que estiver no poder. A população carmense precisa compreender essas mudanças e exercer toda sua consciência política. As próximas eleições têm tudo para coroar o interesse coletivo, e não o particular.
É urgente que o Carmo resolva duas questões crônicas de nosso dia a dia: a saúde e a educação. Esses são os pilares de uma sociedade saudável. Há décadas nossa cidade convive com problemas nessas duas áreas.
E a culpa é toda dos governantes?
Não. A culpa também é da sociedade civil, pois não se mobiliza, não exerce sua cidadania.
Nos resta a esperança de que nosso povo compreenda o verdadeiro sentido da democracia e assim possamos fazer o melhor pela cidade bela.

André Salles

8 comentários:

  1. Atendeu muito bem ao pedido do leitor. Com certeza,se abrirá um canal para reflexão e discussão sobre a nossa sociedade carmense. E como você bem disse, não podemos colocar a culpa nos governantes que elegemos para nos representar, se não exercemos nossos deveres e nossos direitos de cidadãos. Temos que aprender a lutar por uma sociedade melhor e mais justa; aprender a fazer com que nossas vozes sejam ouvidas.

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  2. Essa é uma questão antiga e que infelismente sabemos e não resolvemos, ficamos talves no comodismo ou forçadamente aceitamos aos propósitos. Parabéns pelo texto André, você colocou em um pequeno texto o que vários Carmenses gostariam de expressar.

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  3. Nós, o povo brasileiro, ganhamos uma batalha quando conseguimos conquistar a democracia após aquele longo período ditatorial que assolou o país de 1964 até 1985 e depois... Bem, o André foi direto ao ponto chave da questão, nosso município é o reflexo da forma como a sociedade brasileira se comportou e se comporta quanto à relação com seus direitos de cidadão. A conquista deveria ter sido um começo e não apenas "o suficiente".

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  4. Olha, gostei mto do seu artigo e curto todas as postagens. Mas creio que nós carmenses vivemos numa sociedade "paternalista" , no sentido de pai mesmo. Aqui se o politico não pingar o remédio para o eleitor tomar, a dor infelizmente não passa, sem contar com o cabresto: _voto em fulano, porque ele pagou minha conta de luz, ou me deu um saco de cimento, é engraçado que politico aqui só precisa governar para um, não para todos. Dane-se que estão todos sem emprego, eu estando empregado, ele já é um excelente candidado a reeleição. Adorei mesmo o artigo André.

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  5. Obrigado meus amigos. muito bem colocados os comentários. Acredito que ano que vem temos mais uma chance de provar que nos conscientizamos politicamente. Precisamos votar no melhor pra cidade e não no melhor pra cada um, como disse o Black Vips.

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  6. Seu blog esta nos ajudando a refletir verdadeiramente sobre o nosso cotiano, e foi ótima a postagem que fez sobre a nossa sociedade. Vamos ver quando seremos mais democraticos. bjos

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  7. OS ANIMAIS NA ESTRUTURA DO PODER

    Sempre vai existir o poder. Desde sempre. É a base de nossa existência. O poder age segundo certas regras animalescas, que sempre se repetem. Os seres humanos parecem animais que abrem suas garras e rangem seus dentes para ficar no poder, ou próximo a ele. Os fracos são solitários, ficando no anonimato. Parece um imã, todos querem estar perto de pessoas poderosas.

    Existem os grandes aliados eternos, defendendo com unhas e dentes seu líder. Esses nunca mudam de lado, sendo os cordeiros fiéis do líder. Usufruem de privilégios quando seu líder chega ao poder. Esses pegam cargos mais elevados na administração. Mas também esses cordeiros fiéis ficam na amargura quando seu líder perde. São os primeiros a serem demitidos quando o rival assume o poder. Esses cordeiros são conhecidos de todos da população, sendo imprescindíveis para o poder se estabelecer.

    Por melhor que seja, nenhum poder até hoje conseguiu a unanimidade. Como ninguém consegue agradar a todos, sempre haverão descontentes com o poder vigente. Quando o poder desagrada algum, este vira um adversário, oculto ou conhecido. Os ocultos são aqueles que somente falam contra, mas nunca partem para um debate real. Nunca tentam modificar o poder, através de uma canditatura. São os cachorros que só ficam latindo, e a caravana passando.

    Eles só mostram sua indignação dentro dos botequins e nos bancos da praça. Esses cachorros medrosos adoram espalhar boatos e fofocas, mas nunca mostram a cara no palanque. São incompetentes para ocupar um cargo de chefia, pegando funções menores. Ao contrários dos cordeiros, a cachorrada pode também mudar de lado a qualquer momento. Basta apenas uma grana cair em seus bolsos. Aí eles se calam para uns, e vão correr pelas ruas latindo contra outros.
    Há aqueles que estão sempre em cima do muro, comendo nos dois lados. São as raposas sorrateiras. Em época de eleição, elas fazem o jogo duplo, tentando agradar a todos. Chegam até o ouvido de um candidato da oposição e cochicham baixinho:

    -Olha só, na realidade eu vou votar em você, que é meu amigo e muito mais competente. Mas... eu estou empregado no governo, e não posso perder meu emprego. Então, para não ser perseguido, eu tenho que fingir que vou votar no comandante atual, participando de todos os comícios e vestindo a camisa. Mas meu voto na urna é seu!

    Então essa raposa já garantiu seu futuro. Qualquer candidato que ganhar o verá como um grande aliado. É um jogo perfeito para se dar bem sempre. E na urna, ninguém saberá qual será o voto da raposa.


    Já outros tentam modificar tudo. São os leões rivais, que querem tomar o poder a qualquer custo, até aliando-se a antigos adversários. Esses leões tem bastante dinheiro e influencia para chegar ao poder. Contam também com um exército de cachorros, raposas e cordeiros. Na eleição, eles sempre se mostram como os salvadores da pátria, aqueles com o projeto perfeito para mudar a vida de todos. E muito dinheiro para comprar votos. Mas depois que ganham, repetem os mesmos erros do outro. E tudo continua a mesma coisa, só mudando a cara dos leões.

    É assim a estrutura do poder vigente, onde os seres humanos parecem animais ferozes para conseguir postos de comando. Um jogo perpétuo de troca de interesses. Essa briga selvagem que determina nossa condição na comunidade. Somos reféns dos múltiplos interesses dos leões, ouvimos muitos latidos dos cachorros, conhecemos muitas raposas espertas e também somos tentados a ser cordeiros fiéis. Ou até já somos um desses animais, mesmo sem perceber.

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  8. Meu caro amigo , concordo com vc e acho q tanto povo quanto politico devem acreditar mais um no outro , deixar essa relaçao mais estreita e juntos resolver nossos problemas eu sei pq sou povo e muitas vezes reclamo e aponto defeitos onde nao sei e nao faço nada pra resolver devemos ter transparencia em nossos atos e saber exercer nossos direitos . parabens pelo texto

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