quinta-feira, 15 de setembro de 2011

E a faxina continua...


Talvez eu realmente seja um sonhador, porque sempre me impressiono com a capacidade que o ser humano tem de se corromper. Ao contrário do que pensa a maioria, eu não acho que a corrupção seja o maior problema do nosso país. Creio que a grande mazela brasileira seja a impunidade. Aqui, é difícil ver alguém ser punido por seus delitos, principalmente se o infrator for rico ou poderoso.
Há menos de 15 dias escrevi um artigo sobre o caso da deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF). Em bom português, fiquei puto da vida com nosso congresso. Sempre que vejo uma cena destas tenho a sensação de que o Brasil tem que ser recomeçado do zero. Enfim, passado este momento, volto a ter esperança.
Hoje, mais uma vez nos deparamos com uma figura do alto escalão nacional se beneficiando do bem comum. O ministro do turismo, Pedro Novais, pediu demissão após ser descoberto pagando dois funcionários pessoais com dinheiro público. Todo mundo que converso está triste com a quantidade de homens fortes do governo que tem caído. Eu penso justamente o contrário. Estou feliz da vida, a cada denúncia cai um novo nome. Só assim o Brasil vai ser passado a limpo de verdade.
Eu tenho adorado esta faxina. Cinco ministros caíram em nove meses, isso mostra que não adianta ter nome, tem que ser correto. Fico chateado quando alguém sai impune, quando o Brasil fecha os olhos para a corrupção. Ontem eu conversava com um amigo e dizia que se isso acontecesse na Argentina já tinha gente com panela na mão fazendo o maior rebuliço.
Não consigo entender como um país que teve movimentos populares tão fortes em prol da democracia chegou a esta passividade. Há 30 anos, o brasileiro pintava a cara com as cores da bandeira e ia pra rua lutar contra a ditadura. Depois foram as ‘Diretas já’, mais a frente o ‘Fora Collor’. O que fez nosso povo ficar tão acomodado?
No último dia 7, os caras pintadas reapareceram. Nariz de palhaço, verde e amarelo no rosto, esse sim é um povo que não se cala perante uma leva de políticos que só visa o bem próprio. Quero acreditar que este seja o início da nossa revolução democrática. Que o movimento cresça e que tenhamos força para exigir um Brasil para todos.

André Salles

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