Já faz dez anos. Eu era apenas uma criança na sala de aula quando tudo começou. Entendia pouco da vida, mas aquilo era tão chocante que nem mesmo a minha inocência juvenil podia me poupar do caos. Pouco antes, Hollywood tinha produzido uma leva de filmes-catástrofe, mas nem o mais talentoso cineasta poderia imaginar o que aconteceu em 11/09/2001.
Dois aviões atingiam o coração financeiro da maior nação do planeta. As câmeras gravavam tudo, o mundo assistia ao vivo ao maior ataque terrorista da história. Uma terceira aeronave acertava o Pentágono, centro militar americano. Toda a defesa dos Estados Unidos foi pulverizada em minutos. Um quarto voô caiu sobre um campo na Pensilvânia, o atentado tinha sido frustrado pelos passageiros. A sensação era que a cada instante aconteceria mais uma tragédia.
Me lembro de cada momento daquela terça-feira. Aviões lotados sendo usados como mísseis, prédios gigantescos ruindo cheios de civis, pessoas se jogando para a morte; todas essas imagens ficam entranhadas na nossa memória. Milhares de vidas eram destruídas ali, na frente de nossos olhos.
Uma década de guerras se seguiu àquele setembro. O governo mais beligerante da história norte-americana invadiu o Afeganistão e o Iraque, e as batalhas duram até hoje. Uma geração inteira cresceu com medo de uma sombra: Osama Bin Laden. O mundo associou Islamismo a terrorismo, e uma religião belíssima ficou marcada pelo fanatismo de alguns.
Nada justifica a brutalidade de um ato terrorista e nem o banho de sangue de uma guerra. As atrocidades acontecem de lado a lado. Me resta esperar que as próximas gerações não precisem assistir a tais barbaridades, e torcer para que as diferenças étnicas, econômicas, ideológicas e religiosas sejam apenas motivo de debate.
André Salles
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