quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Uma década de medo


Já faz dez anos. Eu era apenas uma criança na sala de aula quando tudo começou. Entendia pouco da vida, mas aquilo era tão chocante que nem mesmo a minha inocência juvenil podia me poupar do caos. Pouco antes, Hollywood tinha produzido uma leva de filmes-catástrofe, mas nem o mais talentoso cineasta poderia imaginar o que aconteceu em 11/09/2001.
Dois aviões atingiam o coração financeiro da maior nação do planeta. As câmeras gravavam tudo, o mundo assistia ao vivo ao maior ataque terrorista da história. Uma terceira aeronave acertava o Pentágono, centro militar americano. Toda a defesa dos Estados Unidos foi pulverizada em minutos. Um quarto voô caiu sobre um campo na Pensilvânia, o atentado tinha sido frustrado pelos passageiros. A sensação era que a cada instante aconteceria mais uma tragédia.
Me lembro de cada momento daquela terça-feira. Aviões lotados sendo usados como mísseis, prédios gigantescos ruindo cheios de civis, pessoas se jogando para a morte; todas essas imagens ficam entranhadas na nossa memória. Milhares de vidas eram destruídas ali, na frente de nossos olhos.
Uma década de guerras se seguiu àquele setembro. O governo mais beligerante da história norte-americana invadiu o Afeganistão e o Iraque, e as batalhas duram até hoje. Uma geração inteira cresceu com medo de uma sombra: Osama Bin Laden. O mundo associou Islamismo a terrorismo, e uma religião belíssima ficou marcada pelo fanatismo de alguns.
Nada justifica a brutalidade de um ato terrorista e nem o banho de sangue de uma guerra. As atrocidades acontecem de lado a lado. Me resta esperar que as próximas gerações não precisem assistir a tais barbaridades, e torcer para que as diferenças étnicas, econômicas, ideológicas e religiosas sejam apenas motivo de debate.

André Salles

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