Acabaram as provas da faculdade. Finalmente vou poder voltar a debater o que acontece de mais importante no dia a dia com vocês. Já estava com saudades de analisar o cotidiano. As últimas duas semanas foram muito puxadas e acabei não tendo tempo de escrever. Muitas coisas dignas de nota aconteceram nesses dias e, na medida do possível, vou tentar falar de algumas aqui.
Talvez pouca gente tenha ficado sabendo de uma descoberta do Cern, Conselho Europeu para a pesquisa Nuclear, mas pra mim foi uma das notícias mais bombásticas dos últimos tempos. Há mais de cem anos, Einstein publicou a Teoria da Relatividade e estabeleceu as leis que regem a física moderna. Uma dessas “certezas” científicas é que nada no universo pode ser mais rápido que a luz. Bom, isso até outro dia.
O estudo identificou que neutrinos viajaram os 723 km entre Genebra e Gran Sasso 60 bilionésimos de segundo mais rápido que a luz. Para nós, leigos, parece pouco, mas cientificamente é uma revolução. A pesquisa será reavaliada pela comunidade científica internacional, mas já está sendo considerada a maior descoberta dos últimos cem anos.
Um dos maiores devaneios da ficção pode estar perto de se tornar fisicamente possível. Na teoria, movendo-se mais rápido que a luz, podemos viajar no tempo. A vida real se aproxima do cinema de novo. Não sei se isso é realmente possível, mas a nova descoberta põe por terra um dos alicerces da ciência moderna. Traduzindo, significa que toda a física que estudamos até hoje pode não valer de nada. Mais uma vez, a ciência precisa descer do seu pedestal e aceitar que as provas científicas, na verdade, não provam nada.
Parafraseando o próprio Einstein, “Algo só é impossível até que alguém duvide e acabe provando o contrário”.
André Salles